quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Para Todos e Para Ninguém


Desde criança, aprendemos que a terra é redonda e que todas as pessoas devem ser felizes. Mas não nos alertaram sobre, depressão, metafísica e doenças do coração. Não nos falaram sobre, poesia nem sobre saudade, nem sobre a forma como se pergunta, nem sobre a forma como se deve responder. Nos ensinaram mal, queriam-nos fúteis e tributáveis, e no entanto apenas conseguiram nos tornar cotidianos. O inferno das contradições compõe nossa rotina de relógios, legislações e cordialidades como prova de ofício e honra ao mérito. Então, percebemos a falta de tempo, de justiça e de educação, como crianças que caminham em direção de uma decepção que seus pais não conseguiram engolir. Continuamos lutando contra isto, e contra toda a falta de talento que o ensino nacional quer lecionar. Apesar de termos recusado todas as tendências oportunistas e todas as outras que são apenas tendências; os Militares arrancaram do ensino normal, a Filosofia e a Sociologia e nos empurraram OSPB, Práticas Comerciais e Ensino Religioso. A resultante desta extorsão é toda nossa vocação para a revolta. Mesmo que tímida, nossa revolta é compulsória, e delimita nossa inteligência com pensamentos que os conservadores endentem por cronicamente inviáveis. Os conservadores já estão mortos. Mas a persistência do pensamento pequeno que se arrasta por decisões irrisórias, permanece animando a governabilidade de muitos países, incluindo o Brasil. Paralelo ao despotismo da nossa política, a televisão insiste em deseducar os já deseducados, numa produção de intelectuais uniformizados e confusos. Nós não podemos e nem queremos estacionar nossa transgressão. Poderíamos ter sido mais do que nossos pais imaginaram, mas não conseguimos nos entender com a hipocrisia. Antigamente comunista comia criancinha, fofão tinha pacto com o demônio, morrer de AIDS, apesar de trágico, era muito mais romântico do que morrer de tuberculose, e ser poeta era somente vadiagem. Eles nos têm como simples operários do sistema que combatemos. Então pra que um vestibular se é pra diplomar um bando de fracassados. Meu pai sempre me disse pra rezar pela cartilha de quem é correto: “acredite em Deus, na família e na propriedade”. Depois da lógica, Deus morreu como cristo na cruz, só que ainda permanece a Igreja Católica combatendo a camisinha a as células-tronco. Num mundo de historias vãs, a última coisa que queremos é morrer diante da falta de imaginação para com a vida que carregamos. Agora sabemos, que a educação e a moralidade, tem sido o grande mal para quem esta disposto a liberdade. Os espíritos livres sabem da importância da verdade, ainda que a verdade seja um soco no estômago de quem a busca.