quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Para Todos e Para Ninguém
domingo, 28 de setembro de 2008
Arrebatadores Profanos
Estes arrebatadores profanos de hoje, jovens até que se provem o contrário, serão todos uns grandes conservadores em sua maioria, com tributos em dias, honras ao mérito, sorriso de pronto expediente e moral ilibada, ao menos onde se queira preservar o respeito em detrimento dos desejos sexuais. Serão então homens e mulheres práticos, os mais condizentes com a norma culta dos padrões de províncias sem tamanho, que de tão humanas se confundem com o ânus da moralidade.
Há também, arrebatadores profanos que serão sempre profanos, sem importar a idade, pois nas paisagens sociais onde o “Deus Mercado” fudeu com tudo e com quase todos, tudo é permitido, a qualquer tempo e a qualquer gosto; doa a quem doer... E qualquer condição de esforço explicativo, que subverta a lógica das condutas daqueles cujo pudor há muito foi posto a prova na roda dos enjeitados, não dará conta da realidade, ou de qualquer sonho de transformação que proponha a revolta coletiva.
Tom Zé - Todos Os Olhos (1973)